ANÁLISE DAS ELEIÇÕES 2020 EM SÃO MATEUS – Eliezer Nardoto (PRTB): Melhor plano de governo não alcançou Eleitores; ficou perdido em viés ideológico intempestivo

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O candidato a prefeito Eliezer Nardoto (PRTB), 65 anos, foi o sétimo colocado entre os 10 nomes que disputaram as Eleições 2020 em São Mateus, obtendo apenas 1.300 votos (2,27%). Com o discurso contrário ao financiamento público de campanha, teve o menor orçamento dentre os concorrentes: R$ 3.100,00. O erro foi não buscar outros meios permitidos na legislação par estruturar uma campanha majoritária competitiva. Mesmo assim, Eliezer apregoava que seria eleito e manteve até o fim a vontade de ser cabeça de chapa num pleito tido como “decisivo para o futuro de São Mateus”.

Historiador com 10 livros publicados, comprometido com o resgate da história e da cultura de São Mateus, o também administrador de empresas Eliezer Nardoto formou com o administrador e professor universitário Walece Negris, 47 anos, a chapa puro-sangue do PRTB. Os dois levaram para as eleições muito conhecimento sobre o Município, suas potencialidades e seus desafios. A meu ver, foram os candidatos que elaboraram o melhor Plano de Governo, com o detalhamento de propostas concretas, realistas e realizáveis nas mais diversas áreas, incluindo Saneamento Básico e Desenvolvimento, nas quais São Mateus tem prioridades.

No entanto, Eliezer é um bom exemplo de que estar capacitado para a administração pública não significa estar preparado para disputar a eleição para prefeito de São Mateus (130 mil habitantes), ainda mais num ano atípico por conta da covid-19. Ele foi secretário de Planejamento na longínqua gestão do ex-prefeito Pedro dos Santos Alves, o Dr. Pedro (1989-1992) e assumiu o cargo público de Curador do Museu na gestão de Lauriano Zancanela (2001-2008). Em todo esse tempo, teve participação efetiva na sociedade de São Mateus como cidadão, jornalista e historiador, mas sem inserção direta na política.

CAMPANHA IDEOLÓGICA E SEM RECURSOS

Identificando-se como representante da direita, Eliezer Nardoto fez uma campanha ideológica, com afirmação dos valores do tripé Deus-Pátria-Família, e desde a pré-campanha teve resistência à cogitada formação de chapa de consenso de oposição ao prefeito Daniel Santana, que disputaria a reeleição. Conseguiu fechar chapa de nomes novos de candidatos(as) a vereador(a), mas não se incumbiu de prepará-los adequadamente para a disputa nas urnas.

Com um vice técnico ainda desconhecido, Eliezer sabia das dificuldades em colocar nas ruas uma campanha do PRTB, um partido que, por não ter atingido a cláusula de barreira de número de deputados federais nas eleições de 2018, tinha recursos limitados do fundo partidário [de que Eliezer abriu mão] e não dispunha de tempo de propaganda eleitoral gratuita no rádio e na TV. E a pergunta que fica é: por que não fez o planejamento necessário como alternativa a esses desafios?

O reflexo foi visto (ou não) nas campanhas dos candidatos a prefeito e vereador(a) nas ruas. A candidatura majoritária, praticamente, não conseguiu ser notada fora das redes sociais, muito limitada a vídeos gravados notadamente sem a orientação de uma coordenação político-comunitária estratégica.

Um exemplo é que, a 20 dias da votação, candidatos(as) a vereador(a) reclamavam que ainda não haviam recebido nem o básico ‘santinho’ e a maioria não teve presença mínima nas redes sociais. Uma covardia com as cinco mulheres candidatas, últimas colocadas da chapa e que, juntas, obtiveram apenas 31 votos. Qual é a explicação?

PROPOSTAS NÃO CHEGARAM À PERIFERIA

Eliezer Nardoto tinha propostas concretas e realizáveis, mas falhou gravemente em não buscar meios para fazê-las chegar objetivamente ao Eleitor, especialmente aos moradores dos bairros da periferia e localidades da zona rural de São Mateus. Os vídeos não retrataram o candidato em campanha junto aos moradores, conversando com quem deveria conhecer o seu bem-elaborado Plano de Governo. E repito: os(as) candidatos(as) a vereador(a) também não puderam fazer isso em nome dele por falta de estrutura.

É preciso ser repensada a estratégica de levar bandeiras ideológicas intempestivamente para campanhas eleitorais majoritárias. Temas polêmicos e de resolução apenas no Congresso Nacional, como o não uso de recursos de financiamento público de campanha, não têm consenso nem em discussões internas dos partidos. Então para que cansar os eleitores com eles em uma campanha municipal em vez de conscientizá-los com propostas do Plano de Governo e, efetivamente, pedir votos?

E de novo: o candidato que abre mão de recursos públicos na campanha, precisa se preparar melhor para o uso da internet e das redes sociais, além de buscar meios alternativos para custear os gastos básicos, assim como fez o próprio Levy Fidelix (PRTB), em São Paulo.

MOURÃO E CASAGRANDE

A campanha de Eliezer teve vídeos de apoio do vice-presidente General Mourão e do presidente nacional Levy Fidelix, reafirmando os valores defesa do PRTB com pedido de votos para os candidatos, em proporção menor às críticas do candidato ao governador Renato Casagrande (PSB). Teria valido mais a pena ser mais incisivo no confronto ao então candidato à reeleição Daniel Santana (PSDB), com uma gestão problemática e nociva ao Município e ao desenvolvimento regional!

Mais coordenado do que Dr. Mauro (Rede), Eliezer questionou e criticou aspectos da atual gestão municipal em entrevista e debates realizados por veículos de comunicação na reta final das eleições. Com boa oratória e coordenação de discurso, o candidato do PRTB conseguiu se sobressair nos momentos que teve oportunidade. Mais uma prova de que alcançaria melhor resultado se, ao longo da campanha, tivesse planejado a obtenção de recursos (técnicos e financeiros) para que suas opiniões, críticas, ideias e projetos de gestão alcançassem quem aperta os dois dígitos na urna eletrônica.

A História de São Mateus já registra o fato de que Eliezer Nardoto participou das Eleições 2020, mas não foi um candidato a prefeito competitivo!

CHAPA DE VEREADORES(AS)

Os candidatos Eliezer Nardoto e Walece Negris não conseguiram ajudar na eleição de nenhum(a) vereador(a) do PRTB.

A chapa proporcional do partido obteve um total de 1.286 votos e não atingiu o quociente eleitoral. Os mais votados foram Alikis Ghisolf (422 votos), Cupertino (304) e Sidney Wagmacker (165).

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1 COMENTÁRIO

  1. Todo mundo queria ganhar, óbvio que era gente demais, ótimo para o 45, que vai ficar mais QUATRO anos infernizando!!
    Maciel Aguiar até tentou avisar…
    Que burrada!!
    Que raiva!!!

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