ARTIGO – O preço da responsabilidade social

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LEONARDO COELHO*

O ano que vivemos foi tudo, menos normal com incontáveis acontecimentos para quais não estávamos preparados. Muitas mudanças nos colocaram em uma nova realidade, com um novo modelo de empresa e de consumidor.

Podemos dizer que, nesse cenário, os consumidores vêm apresentando uma maior preocupação com o que estão consumindo.  Estamos falando de um cliente mais crítico, que tem acesso a mais informações devido ao meio digital e, portanto, pesquisa muito mais antes de fazer uma compra.

Entre essas preocupações do novo perfil de consumo está a responsabilidade social. As pessoas, em geral, estão observando cada vez mais os impactos sociais e ambientais das empresas. Tanto é que esse assunto está ganhando uma atenção muito maior tanto no meio acadêmico, quanto no empresarial.

Porém, práticas que incentivam e buscam o desenvolvimento social, bem como o cuidado com meio ambiente não são fáceis de serem cultivadas. Para começar, esse investimento tem impacto direto na estrutura de custos da empresa, e esse acréscimo impacta diretamente no valor repassado ao consumidor. Vale, então, entender como esse valor investido em responsabilidade social retornará para a empresa.

Pense em um consumidor em busca de um determinado tipo de produto. Nessa busca, ele se depara com duas marcas que apresentam modelos bem similares. Mas, apenas uma dessas marcas vem de uma empresa que prática atos sociais e ambientais frequentemente.

Qual deles será melhor aos olhos do consumidor?

Nesses momentos, nem a diferença de preço é levada em consideração, e sim o senso de familiaridade e amizade que o consumidor nutre pela marca. Falamos no começo o consumidor pós-pandemia é mais digital e mais crítico. Para esse novo perfil, todas as ações da empresa contam muito.

Existem, inclusive, leis de incentivo que possibilitam que as empresas destinem parte de seu Imposto de Renda para projetos selecionados e cadastrados pelo governo para receber esse fundo. Assim, o dinheiro que iria diretamente a Receita Federal garante que projetos de fomento a comunidades diferenciadas continuem existindo.

O retorno de todo o dinheiro investido em programas socioambientais também é sentindo pela economia do país em longo prazo. Quanto mais pessoas capacitadas através de incentivos sociais, quanto mais áreas reflorestadas e preservadas, mais o país garante um desenvolvimento sustentável que garante o fortalecimento da força de trabalho e não esgota os recursos naturais.

Nenhum investimento em responsabilidade social é perdido. O ideal é a empresa entender, dentro do seu segmento e da comunidade que a cerca, o que pode ser feito. Afinal, os impactos são mais evidentes no entorno e nas proximidades. Por isso, busque primeiro compreender o que pode ser feito mais perto para depois evoluir para uma campanha nacional.

*LEONARDO COELHO é Relações Públicas, Especialista em Elaboração de Projetos Internacionais e Mestre em Administração. É CEO da LC4 Comunicação, Marketing e Estratégia e Diretor-Presidente do Instituto BH Futuro, que atende mais de 1.000 crianças e adolescentes na região do Aglomerado da Serra, em Belo Horizonte.

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